De acordo com a Palavra de Deus, só existem dois sexos, diferenciados pela sua estrutura física e emocional. A ciência confirma este entendimento, visto que existem apenas dois tipos de cromossomos: X e Y, ou seja, masculino e feminino. Não existe um tipo de sexo intermediário, ou sexo misto. Quando Deus criou o ser humano,’ diz a Bíblia que a diferenciação sexual foi bem definida: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou”, Gn 1.27. Desejamos ressaltar alguns pontos importantes neste artigo, com base na ética cristã, extraída da Bíblia Sagrada.


1. O sexo e Deus

O Criador fez o homem, incluindo o sexo. E “viu que tudo era bom” (Gn 1.31). Jesus, mesmo em sua missão divina, era homem normal, incluindo a sexualidade, santificando-a na pureza e santidade de seu corpo. Ele foi circuncidado ao oitavo dia (Lc 2.21-23). “E o Verbo se fez carne...” (Jo 1.1).


1.1. O homem participando da criação

“Deus quis que o ser criado participasse diretamente da procriação de novos seres, dando-lhes, no corpo, instrumentos maravilhosos, que são as glândulas, os órgãos e o instinto sexual”. Deus quis, na sua soberania, que o homem desse continuidade à espécie, através da procriação. Ele o fez macho e fêmea, indicando a clara e inequívoca diferenciação entre os sexos (Gn 1.27). Nesse plano, observamos que há princípios, dentro da vontade de Deus:


1.2. A relação sexual é privativa dos casados

A ordem de crescer e multiplicar não foi dada a solteiros, mas a casados: “macho e fêmea os criou” (Gn 1.27-28). Deus não quis que o homem vivesse só, e lhe deu uma esposa, já formada, preparada para a união conjugal. Deus exorta o homem a desfrutar o sexo com a esposa e não com a namorada ou a noiva; Em Cantares de Salomão, tem-se a exaltação do amor conjugal e não entre solteiros (Ct 4.1-12 e Ef 5.22-25).


2. O sexo e a vivência

2.1. Sua natureza

A natureza do sexo em si não é pecaminosa nem má, como ensinavam certos filósofos. A Bíblia diz que quando acabou de criar todas as coisas, incluindo o homem: “...viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; efoi a tarde e a manhã: o dia sexto” (Gn 1.31). O sexo já fez parte da constituição física e emocional do ser humano, quando de sua criação. Assim, não é correto ver o sexo como coisa imoral, feia, ou suja. Deus não faria nada ruim. Ele planejou o corpo humano, incluindo o sexo.


2.2. Sua finalidade

Não há só uma finalidade para a prática da relação sexual. Há quem pregue que só deve ser praticado o sexo com fins reprodutivos. De acordo com a Bíblia, não é bem assim. Há mais de uma finalidade da relação sexual:


a) Procriação (Gn 1.27-28)

A procriação “é o ato criador de Deus, através do homem. Para tanto, o Senhor dotou o homem de capacidade reprodutiva, instituiu o matrimônio e a família, objetivando a legitimação desse processo complexo, de significado transcendental” (Lima p. 150).


b) Ajustes entre o casal

Em 1 Coríntios 1.1-7, vemos uma orientação muito importante do apóstolo Paulo sobre a ética cristã em relação ao sexo, conforme 1 Coríntios 7.1-7 (leia). Nessa palavra do apóstolo, percebemos que quatro princípios estão sendo considerados:


b) Satisfação (prazer)

Em Provérbios 5. 18-23, vemos o incentivo aos casais para desfrutar o sexo, de modo legítimo, segundo a vontade de Deus. O homem é advertido contra “a mulher estranha”, a adúltera, e é incentivado a valorizar a união conjugal honesta e santa, exaltando a monogamia, a fidelidade, e incentivando o prazer (Leia Eclesiastes 9.9; Livro de Cantares de Salomão 4.1-12; 7.1-9). No AT, a “lua-de-mel” durava um ano! (Leia Dt 24.5).


3. Plano de Deus

A união sexual do cristão, numa visão da ética bíblica, deve obedecer a quatro aspectos:


3.3. Deve ser exclusiva (Gn 2.24 e Pv5.17)

No Antigo Testamento vê-se que Deus permitiu e tolerou a poligamia. E há quem queira justificar tal prática em nossos dias, usando o argumento desse fato nos tempos da antiga aliança. Contudo, no Novo Testamento, não há uma só referência que indique a aprovação de Cristo a tal costume. Jesus ratificou o princípio original da monogamia, quando respondia aos fariseus sobre o divórcio (Mt 19.5-9).


3.3. Deve ser Alegre (Pv 5.18)

O texto de provérbios acima referenciado diz: “Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade”. Se um cristão não desfruta ou impede que seu cônjuge desfrute do prazer sexual, legítimo, lícito e santo, está defraudando o outro (Cf. ICo 7.5), e adotando uma postura alheia à visão bíblica. Incorre num comportamento que é próprio de pessoas que adotam a visão de radicais de certas religiões orientais.


3.4. Deve ser santa

A santidade deve permear toda a vida do cristão; a relação sexual, ao mesmo tempo cheia de prazer, deve contribuir para o ajustamento espiritual do casal, num clima de santidade, considerando que o corpo é templo do Espírito Santo.


3.5. Deve ser natural (Ct 2.6; 8.3)

Sexo anal, e sexo oral não são naturais; doenças sexualmente transmissíveis (DST) estão ceifando vidas, principalmente a Aids. A relação sexual, sob a orientação bíblica e a sugestão da natureza é a forma mais simples desejável para os que preferem manter o corpo como templo do Espírito Santo e propriedade de Deus (1 Co 6.19-20).


Artigo: Pr. Elinaldo Renovato | Fonte: J. Mensageiro da Paz, Abril 2008 – Reverberação: Subsídios EBD